Texto e contexto

O analfabeto do futuro
Dulce Magalhães

Competitividade, globalização e empregabilidade são expressões repetidas como palavras de ordem. Porém, o seu real significado está distorcido pela banalização do uso. A base de todo o movimento de mudanças que essas palavras representam é a competência, que precisa ser vista como a habilidade de realizar.

Estamos, em pleno século 21, travando uma luta contra o analfabetismo, a exclusão social e a desigualdade. Contudo, é preciso notar que a própria evolução competitiva dá uma nova proporção a essas dificuldades. No início do século passado, a alfabetização era a condição de o indivíduo escrever seu próprio nome. Hoje, ela exige uma competência mais complexa. É preciso, em uma folha de papel, saber exprimir ideias com coerência e fluidez.

Por esse critério, podemos perceber que o problema do analfabetismo brasileiro é mais grave do que supúnhamos. Temos recém-formados que não passariam sequer num teste de redação. Quer dizer, temos analfabetos acadêmicos com nível universitário. Afinal, qual o valor de se desenvolver uma boa redação? Não e pela tarefa em si, mas pelo que representa em termos de raciocínio e capacidade de argumentação. Quando acompanhamos na mídia o embate entre países pela regulamentação do comércio internacional, não estamos vendo uma disputa baseada em números contábeis ou em classificações matemáticas. Estamos, sim, assistindo a um verdadeiro duelo de ideias, que precisam de mentes treinadas para elaborar argumentos e expressá-los com eloquência.

Enquanto embaixadores, negociadores e empresários se engalfinham em retóricas comerciais, nos também temos de desenvolver raciocínios comerciais mais bem elaborados e dar para nossas ideias uma argumentação que lhes permita aceitação e implementação. Em síntese, dominar a mesma técnica necessária para elaborar uma boa redação.

Parece estranho que nosso sucesso comercial como nação dependa da habilidade dos cidadãos em desenvolver uma boa redação, mas não se trata apenas da formação de literatos. Trata-se do domínio da tecnologia do pensar, do expressar, do compartilhar. A era das guerras físicas chega ao fim, mesmo com conflitos sangrentos. Os confrontos deste século serão cada vez mais intelectuais. O predomínio da mente sobre a forca bruta.

Nessa nova arena, a quantidade perde terreno para a qualidade. Não se contarão vitórias pelo número de alfabetizados, mas pela habilidade dessas pessoas em dominar as técnicas para compor e expressar ideias. Já superamos a Era do Conhecimento, na qual o acúmulo do saber era o diferencial competitivo. Estamos vivendo a Era da Cultura, na qual fará diferença a habilidade para selecionar o conhecimento de maior valia para determinado episódio.

Nessa esfera, a educação, que sempre foi apregoada como o meio para mudar o destino do país, passa a ser insumo de primeira necessidade. Deveríamos colocá-la entre os artigos da cesta básica do trabalhador brasileiro. Deveríamos fazer mutirões de educação e espalhar o conhecimento como quem distribui o pão a quem tem fome. E, para eliminar a fome, teríamos de alimentar o saber.

Entre a necessidade de assinar o nome e a urgência em dominar a redação, passaram-se 100 anos. Para darmos o salto em direção a elaboração de teses científicas para a competitividade do país, não teremos sequer uma década. Estamos vivendo muitos mundos simultâneos, nos quais as eras agrícola, industrial e comercial se sobrepõem. O desafio e fazer desse caldeirão um ambiente de aprendizagem, um laboratório de experiências, uma tribuna de diálogo e um campo de atuação da vanguarda.

Para isso, precisamos investir no desenvolvimento intelectual de nossos jovens. Precisamos de gente preparada para observar, conceber, desenvolver e exprimir ideias com desenvoltura e conhecimento. Precisamos de gente que, em uma simples redação, seja capaz de fazer a narrativa que ira contar a história do futuro.
(Revista Amanhã, junho de 2001)
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Por que leio os clássicos
Daniel Piza
O comentário pode vir com um gesto de repúdio, “Ah, que coisa chata”, e normalmente vem de alguém que nem sequer teve um pouco de paciência para ler, ouvir ou ver o tal do “clássico”, palavra que para ele vem recoberta de sebo e poeira. O pior dessa atitude não é o desconhecimento, mas a certeza de que aqueles que gostam desse tipo de coisa – livros, pinturas e composições anteriores ao nosso nascimento, tidos como “alta cultura”, mesmo que um dia tenham entretido todas as classes sociais – ou são incapazes de curtir o divertimento moderno ou vivem numa esfera à parte, como uma confraria de privilegiados. Nada disso. Se há um único motivo para consumir as grandes obras do passado, esse motivo se chama prazer.

Acadêmicos e seus porta-vozes acham absurdo que se fale assim dos autores que eles passam a vida estudando, na maioria dos casos sem realmente entender e apreciar. O saber, para eles, é algo grave e pedante; deve ser sempre mediado por eles, os “doutos”, que fazem seus alunos lerem toda a bibliografia secundária em vez de terem uma relação direta e livre com a obra. É um escândalo para eles que se diga, por exemplo, que “ler Nietzsche me divertiu muito na juventude”. Por sinal, há quem também considere absurdo sugerir a menores de 21 anos que leiam nomes assim – ou Dostoiévski ou Guimarães Rosa – porque adolescentes não teriam capacidade para tanto. Atrás de todo populista há sempre alguém que despreza o ser humano de modo cabal.

O que acho mais engraçado é que essas pessoas transferem sua própria dificuldade com tais obras – ou porque se levam a sério demais, ou porque não se levam nada a sério – ao restante das pessoas, como se todos fossem iguais. Lembro mais uma vez aquela pesquisa feita em Belo Horizonte em que a maioria dos entrevistados dizia que filme de Steven Spielberg não é cultura, que cultura é aquela enorme estante de livros à qual não tem acesso. Conheço pessoas “cultas” que concordam... São as mesmas que se espantam quando algo de muita qualidade faz sucesso, ou não acreditam quando vêem, digamos, um concerto de música “erudita” (outra palavra com cheiro de velha) atrair muita gente num parque ou numa favela.

Outra besteira é supor que o estudo da tradição implica uma ideologia, como o conservadorismo ou o elitismo. É claro que existem pessoas que fazem tal confusão, como analisa Edward W. Said em seu livro póstumo, Humanismo e Crítica Democrática (o outro, On Late Style, também é muito interessante). São os que, a exemplo de Harold Bloom, vêem o conjunto dos clássicos como um “cânone”, como uma catedral de obras sagradas, que faz da estética uma religião e dela exclui o que não é eurocêntrico. Mas o verdadeiro humanismo é liberal, ou seja, não conservador, pois se trata da releitura crítica e constante dessa tradição, a qual deve antes ser renovada do que “respeitada”.

Said lembra como Shakespeare e Dickens foram populares em seu tempo; lê-los hoje, portanto, não pode ser com o “caráter paroquial” e impositivo dos que só aceitam uma forma de civilização e progresso. Acho apenas que Said menospreza o contexto cultural em que críticos como Bloom e Saul Bellow (“Mostre-me o Proust zulu”) saíram em defesa dos clássicos: a voga de demonizá-los como plataformas de uma visão racista, machista e passadista – o que também é unificá-los pelo preconceito. (Do mesmo modo, o “orientalismo” que Said denunciou tem sua contrapartida: o reducionismo do Oriente a respeito da cultura ocidental.) Mas no ensaio sobre Mimesis, de Eric Auerbach, Said vai ao ponto quando defende seu método independente e sua mistura de gêneros na luta para “compreender o sentido de algo que desafia a compreensão comum”.

Auerbach, como Ezra Pound (antidemocrata na política, mas abertíssimo na crítica), Octavio Paz (estudioso de culturas como a chinesa e a indiana) ou Kenneth Clark (autor de Civilização, principal influência sobre o trabalho de Robert Hughes) são guias humanistas para a tradição literária, pictórica e musical, e como tais merecem mais o tempo do leitor do que todos os professores universitários brasileiros somados. Como dizia Said, é preciso uma mentalidade amadora e subjetivista, no bom sentido, ao entrar nessas criações que, de tão repetidas e distorcidas, terminam afastando as pessoas. Num país como o Brasil, em que a “alta cultura” é tão rarefeita (basta ver na seção Antologia Pessoal deste caderno o que artistas e escritores de renome confessam não ter lido, ouvido ou visto), só temos ignorantes ou professorais.

Um sinal de que Montaigne, Rembrandt ou Beethoven – ou livros sobre Darwin, Newton ou Einstein – são fontes de prazer, antes e depois de tudo, é o fato de que sempre que se volta a eles há uma descoberta, não a saturação; os “gênios”, afinal, são os sujeitos cujas obras transcendem seu tempo. Se não desse prazer, por que reler? Se alguém contar que se delicia com James Joyce até em DVDs no carro (como trechos de Ulisses lidos pelo extraordinário Jim Norton), causa perplexidade ou desconfiança. Meu único pensamento diante disso é: “Vocês não sabem o que estão perdendo.” Nem toda a caretice modista do mundo atual vai convencer do contrário.

Pedro Herz, o dono da Livraria Cultura – cujo sucesso é outra prova de que as pessoas têm mais vida cultural do que elas mesmas pensam –, contou outro dia que certa vez os funcionários foram perguntados “o que é cultura?” e uma das vendedoras, Vanessa dos Santos Machado, respondeu: “Cultura é Picasso e pão com ovo.” Tentei algo parecido num texto chamado “Civilização é...”, listando uma série de coisas que expressariam essa noção, desde “poder ler Proust, Joyce e Mann no original” (“poder ler”, não necessariamente “ler”) até “não faltar luz”. Mas Vanessa disse melhor. Picasso e pão com ovo. Jane Austen e queijo com goiabada. Bach e bola

Fonte:Estadão, 15/07/08.

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O Homem; As Viagens
Carlos Drummond de Andrade

O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.

Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto — é isto?
Idem
Idem
Idem.

O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.

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Governabilidade porca

SÃO PAULO - Quem inventou, pelo menos na história recente, esse modelo porco de governabilidade que vigora no Brasil foi Fernando Henrique Cardoso, lembra-se?
Foi ele quem buscou um acordo com o então PFL, hoje DEM, apesar de os líderes do PSDB e do pefelê terem estado na calçada oposta desde sempre.
Na campanha de 1994, durante um "Roda Viva", apontei ao então candidato o que me parecia uma contradição grave. FHC respondeu com uma falácia, ao citar como exemplo de aliança entre contrários o fato de que o Partido Socialista e a Democracia Cristã do Chile governavam em coligação (governam até hoje), embora tivessem sido adversários a vida toda.
É verdade, mas é só metade (ou menos) da verdade. PS e DC uniram-se já na ditadura -e contra a ditadura. PSDB e PFL uniram-se pelo poder. Ponto. É da mesma natureza a aliança PT-PMDB.
Eu seria capaz de apostar que, assim como FHC acabou entrando em confronto com Antonio Carlos Magalhães, a mais estridente liderança pefelista, sem que a governabilidade tivesse sido minimamente afetada, Lula também poderia ter se omitido no caso Sarney -e não aconteceria rigorosamente nada com a governabilidade.
Sejamos francos: não há nenhum tipo de lealdade na política brasileira, nem programática, nem partidária, nem mesmo pessoal. A lealdade é com o poder. Ponto.
Basta lembrar que Renan Calheiros (PMDB) foi forçado a renunciar à Presidência do Senado sem que se rompesse a aliança do partido com o poder de turno.
O PMDB só se mexeria de fato se Lula (ou FHC antes dele, seja com o PFL, seja com o próprio PMDB) começasse a tirar as "boquinhas" cedidas ao partido. Aí, sim, haveria uma verdadeira ameaça ao único programa do PMDB, que é o poder, a maior cota possível dele.

Clóvis Rossi (FSP - 25/08/09)

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ReTwitadas 

Abaixo, a carta de Marcos Nogueira (coordenador da comissão de lançamento do livro Honoráveis Bandidos)enviada ao apresentador do CQC Marcelo Tas:

Uma comissão de oito blogueiros que tem uma avaliação crítica à ação da governadora biônica Roseana Sarney e dos desmandos do presidente do Senado, José Sarney, no Congresso Nacional, no Amapá e, principalmente, no Maranhão, resolveram derrubar uma barreira imposta ao livro "Honoráveis Bandidos- Um retrato da era Sarney" no Maranhão.

Simplesmente as livrarias de São Luís estavam boicotando a venda do referido livro na cidade. Uns livreiros por medo da família imperial do Maranhão, o clã Sarney, e outros por sacanagem mesmo.

Este último caso explica o boicote das duas maiores livrarias da cidade: duas franquias da Livraria Nobel localizadas nos dois maiores shoppings da cidade; o São Luís Shopping e Shopping Monumental. Acontece que a proprietária das duas franquias é a empresária Marianne Lima, esposa do empreiteiro e engenheiro Flávio Lima.

Lima se formou na turma da Escola Politécnica da USP de 1978, junto com Ulisses Assad, Astrogildo Quental, Gianfranco Perasso e Fernando Sarney. Os cinco eram amigos e abriram uma empresa de planejamento e projetos de engenharia, a Proplan, com sede em São Paulo.

Essa pequena Proplan cresceu muito e abriu uma filial em São Luís em 1980. Essa pequena história que estou contando rendeu muitos frutos para Fernando e os sócios. Todos se mudaram para São Luís onde Fernando foi presidente da Companhia Energética do Maranhão, a Cemar, de 1983 a 1990: Ulisses Assad foi presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão, a CAEMA , durante o governo Lobão, de 1991 a 1994; e Astrogildo Quental foi Secretário estadual de Infraestrutura de 1990 a 1994.

Os outros dois colegas e sócios de Fernando, Lima e Perasso, ficaram na iniciativa privada e apareciam como sócios de Planor (empreiteira que recebeu U$ 16 milhões em 1995 da então governadora Roseana Sarney, por uma estrada que nunca foi feita, a Estrada fantasma Arame/Paulo Ramos, a MA -008), Vemar (venda e aluguel de veículos pesados para grandes obras), postos de gasolina e empresas diversas no setor de serviços às empreiteiras.

Com a Presidência do Brasil caindo de graça no colo do pai, os negócios de Fernando cresceram muito e ele passou a atuar em todo o Brasil no setor elétrico, hidroelétricas, grandes obras, Petrobrás, etc. Segundo matéria recente da Folha de São Paulo, Fernando manda e manipula ao seu bel prazer a agende de trabalho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que nada mais é do que um preposto de Zé Sarney.

Passados mais de 30 anos desde a formatura dos amigos na Politécnica da USP, as coisas tomaram um outro vulto. Da simples Proplan de 1978, o grupo liderado por Fernando Sarney, que segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal é uma OCRIM (organização criminosa) que sangra os cofres públicos da União e de vários estados, para hoje em 2009 se tornar um verdadeiro conglomerado de empresas que atuam em vários setores da economia brasileira.

Só para se ter uma idéia do tamanho da OCRIM dirigida por Fernandinho, não o Beira-Mar, mas o Sarney, compare o posto que cada um dos amigos da Poli de 1978 ocupa hoje:

1) Astrogildo Quental, de secretário estadual da Infraestrutura do Maranhão do início dos anos 90, agora é o diretor financeiro da Eletrobrás;

2) Ulisses Assad, de presidente da Caema no anos 90, até pouco tempo era diretor de operações da Valec, responsável direto pela construção da Ferrovia Norte Sul, afastado por suspeita de superfaturamento na construção da trechos da estrada no estado de Tocantins;

3) O maranhense Silas Rondeau, formado em engenharia na UF de PE, se incorporou ao grupo nos anos 80, onde chegou a ser presidente da Cemar. Até pouco tempo era o ministro de Lula das Minas e Energia, até que foi pego em flagrante recebendo um suspeito envelope pardo das mão de un funcionário da Gautama, de Zuleido Veras. Como premio de consolação por ter deixado a força o ministério, seu dindinho, José Sarney, conseguiu emplacar Rondeau em uma das seis vagas no Conselho de administração da Petrobras, ganhando cerca de R$ 105 mil por mês; e

4) Flávio Lima e Gianfranco Perasso continuam sendo sócios laranjas de Fernando Sarney em dezenas de empresas que trabalham no setor elétrico nacional, nas grandes obras do PAC como empreiteiras e também como empresas que fiscalizam (sic) o andamento das obras..

Como se pode ver é uma verdadeira máfia em ação.
E é exatamente sobre esses negócios de Fernando e o grande poderio político de José Sarney, que Palmério escreve em seu livro com o título que resume muito bem essa tragédia que vitimou o Brasil, o Amapá e, principalmente, o Maranhão: Honoráveis Bandidos.
O lançamento do livro com a presença de Palmério Dória autografando os exemplares que estarão a venda no local do evento, Sindicato dos Bancários, Rua do Sol, centro de São Luís, dia 04 de novembro, quarta-feira, às 19h00, será um momento impagável da história política brasileira.

Oito blogueiros e o Movimento Fora Sarney se juntaram para bater de frente com o patriarca da oligarquia mais atrasada e reacionária do país.

O evento acontecerá na capital do Estado que eles dominam e tratam como um feudo ou capitania hereditária a 40 anos, para lançar um livro que narra a verdadeira história do clã Sarney.
Só para encerrar Marcelo, quero informar que durante todo o evento a trilha musical orquestrada do filme " O Poderoso Chefão" será o fundo musical do evento.
Sei que os custos de produção do CQC são muito altos, mas a cobertura deste lançamento em plena terra do Sarney seria uma pauta e tanto para vocês.

(07/09/2008)
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Veja abaixo a lista de senadores que querem derrubar as restrições e o e-mail daqueles que não declararam como votarão:


Quem vota para manter a restrição à web:
Marco Maciel (DEM-PE) - marco.maciel@senador.gov.br
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - eduardoazeredo@senador.gov.br

Quem vota a favor de derrubar a restrição à web:
Demostenes Torres (DEM-GO) - demostenes.torres@senador.gov.br
José Agripino (DEM-RN) - jose.agripino@senador.gov.br
Raimundo Colombo (DEM-SC) - raimundocolombo@senador.gov.br
Cristovam Buarque (PDT-DF) - cristovam@senador.gov.br
Osmar Dias (PDT-PR) - osmardias@senador.gov.br
José Sarney (PMDB-AP) - sarney@senador.gov.br
Pedro Simon (PMDB-RS) - simon@senador.gov.br
Romero Jucá (PMDB-RR) - romero.juca@senador.gov.br
Francisco Dornelles (PP-RJ) - francisco.dornelles@senador.gov.br
Renato Casagrande (PSB-ES) - renatoc@senador.gov.br
Álvaro Dias (PSDB-PR) - alvarodias@senador.gov.br
Arthur Virgílio (PSDB-AM) - arthur.virgilio@senador.gov.br
Aloizio Mercadante (PT-SP) - mercadante@senador.gov.br
Augusto Botelho (PT-RR) - augusto.botelho@senador.gov.br
Delcídio Amaral (PT-MS) - delcidio.amaral@senador.gov.br
Eduardo Suplicy (PT-SP) - eduardo.suplicy@senador.gov.br
Fátima Cleide (PT-RO) - fatima.cleide@senadora.gov.br
João Pedro (PT-AM) - joaopedro@senador.gov.br
Paulo Paim (PT-RS) - paulopaim@senador.gov.br
Tião Viana (PT-AC) - tiao.viana@senador.gov.br
Marina Silva (PV-AC) - marinasi@senado.gov.br

Senadores que não declararam como votarão:
Adelmir Santana (DEM-DF) - adelmir.santana@senador.gov.br
Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) - acmjr@senador.gov.br
Efraim Morais (DEM-PB) - efraim.morais@senador.gov.br
Eliseu Resende (DEM-MG) - eliseuresende@senador.gov.br
Gilberto Goellner (DEM-MT) - gilberto.goellner@senador.gov.br
Heráclito Fortes (DEM-PI) - heraclito.fortes@senador.gov.br
Kátia Abreu (DEM-TO) - katia.abreu@senadora.gov.br
Maria do Carmo Alves (DEM-SE) - maria.carmo@senadora.gov.br
Rosalba Ciarlini (DEM-RN) - rosalba.ciarlini@senadora.gov.br
Inácio Arruda (PcdoB-CE) - inacioarruda@senador.gov.br
Flávio Torres (PDT-CE) - flaviotorres@senador.gov.br
Jefferson Praia (PDT-AM) - jefferson.praia@senador.gov.br
João Durval (PDT-BA) - joaodurval@senador.gov.br
Almeida Lima (PMDB-SE) almeida.lima@senador.gov.br
Garibaldi Alves Filho -(PMDB-RN) garibaldi.alves@senador.gov.br
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) geraldo.mesquita@senador.gov.br
Gerson Camata (PMDB-ES) - gecamata@senador.gov.br
Gilvam Borges (PMDB-AP) - gilvamborges@senador.gov.br
Jarbas Vasconcelos (PDMB-PE) - jarbas.vasconcelos@senador.gov.br
Leomar Quintanilha (PMDB-TO) - leomar@senador.gov.br
Lobão Filho (PMDB-MA) - lobaofilho@senador.gov.br
Mão Santa (PMDB-PI) - maosanta@senador.gov.br
Mauro Fecury (PMDB-MA) - webmaster.secs@senado.gov.br
Neuto De Conto (PMDB-SC) - neutodeconto@senador.gov.br
Paulo Duque (PMDB-RJ) - paulo.duque@senador.gov.br
Renan Calheiros (PMDB-AL) - renan.calheiros@senador.gov.br
Valdir Raupp (PMDB-RO) - valdir.raupp@senador.gov.br
Valter Pereira (PMDB-MS) - valterpereira@senador.gov.br
Wellington Salgado (PMDB-MG) - wellington.salgado@senador.gov.br
César Borges (PR-BA) - cesarborges@senador.gov.br
Expedito Júnior (PR-RO) - expedito.junior@senador.gov.br
João Ribeiro (PR-TO) - joaoribeiro@senador.gov.br
Magno Malta - (PR-ES) magnomalta@senador.gov.br
Marcelo Crivella (PRB-RJ) - crivella@senador.gov.br
Roberto Cavalcanti (PRB-PB) - robertocavalcanti@senador.gov.br
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) - antval@senador.gov.br
Cícero Lucena (PSDB-PB) - cicero.lucena@senador.gov.br
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - flexaribeiro@senador.gov.br
João Tenório (PSDB-AL) - jtenorio@senador.gov.br
Lúcia Vânia (PSDB-GO) - lucia.vania@senadora.gov.br
Marconi Perillo (PSDB-GO) - marconi.perillo@senador.gov.br
Mário Couto (PSDB-PA) - mario.couto@senador.gov.br
Marisa Serrano (PSDB-MS) - marisa.serrano@senadora.gov.br
Papaléo Paes (PSDB-AP) - gab.papaleopaes@senado.gov.br
Sérgio Guerra (PSDB-PE) - sergio.guerra@senador.gov.br
Tasso Jereissati (PSDB-CE) - tasso.jereissati@senador.gov.br
José Nery (PSOL-PA) - josenery@senador.gov.br
Ideli Salvatti (PT-SC) - ideli.salvatti@senadora.gov.br
Serys Slhessarenko (PT-MT) - serys@senadora.gov.br
Epitácio Cafeteira (PTB-MA) - ecafeteira@senador.gov.br
Fernando Collor (PTB-AL) - fernando.collor@senador.gov.br
Gim Argello (PTB-DF) - gim.argello@senador.gov.br
João Vicente Claudino (PTB-PI) - j.v.claudino@senador.gov.br
Mozarildo Cavalcanti - (PTB-RR) mozarildo@senador.gov.br
Osvaldo Sobrinho (PTB-MT) - webmaster.secs@senado.gov.br
Romeu Tuma (PTB-SP) - romeu.tuma@senador.gov.br
Sérgio Zambiasi (PTB-RS) - zambiasi@senador.gov.br
Flávio Arns (Sem partido-PR) - flavioarns@senador.gov.br

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A vingança das urnas (Lucia Hippolito 11/09/07)
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/luciahippolito/ )
Abaixo vai a lista dos senadores que terão que enfrentar as urnas em 2010 para tentar renovar o mandato.
Guardem esses nomes. Podem ser úteis em outubro de 2010.

Acre
Geraldo Mesquita(PMDB) – geraldo.mesquita@senador.gov.br
Sibá Machado(PT) – siba@senador.gov.br
(na verdade, Marina Silva. Sibá é apenas suplente, senador-sem-voto)

Alagoas
João Tenório (PSDB) – jtenorio@senador.gov.br (na verdade, Teotônio Villela Júnior. João Tenório é apenas suplente, senador-sem-voto)
Renan Calheiros(PMDB) – renan.calheiros@senador.gov.br

Amazonas
Arthur Virgílio (PSDB) – arthur.virgilio@senador.gov.br
Jefferson Peres (PDT) – jefperes@senador.gov.br

Amapá
Gilvam Borges (PMDB) – gilvamborges@senador.gov.br
Papaléo Paes (PSDB) – papaleo@senador.gov.br

Bahia
Antonio Carlos Júnior (DEM) – acmjr@senado.gov.br
César Borges (DEM) – cesarborges@senador.gov.br

Ceará
Patrícia Saboya (PSB) – patricia@senadora.gov.br
Tasso Jereissati (PSDB) – tasso.jereissati@senador.gov.br

Distrito Federal
Adelmir Santana (DEM) – adelmir.santana@senador.gov.br
(na verdade, Paulo Octavio. Adelmir Santana é apenas suplente, senador-sem-voto)
Cristovam Buarque (PDT) – cristovam@senador.gov.br

Espírito Santo
Gerson Camata (PMDB) – gecamata@senador.gov.br
Magno Malta (PR) – magnomalta@senador.gov.br

Goiás
Demostenes Torres(DEM) – demostenes.torres@senador.gov.br
Lúcia Vânia (PSDB) – lucia.vania@senadora.gov.br

Maranhão
Edison Lobão (DEM) – edison.lobao@senador.gov.br
Roseana Sarney(PMDB) – roseana.sarney@senadora.gov.br

Minas Gerais
Eduardo Azeredo(PSDB) – eduardo.azeredo@senador.gov.br
Wellington Salgado de Oliveira (PMDB) – wellington.salgado@senador.gov.br
(na verdade, Hélio Costa. Wellington Salgado é apenas suplente, senador-sem-voto)

Mato Grosso do Sul
Delcidio Amaral (PT) – delcidio.amaral@senador.gov.br
Valter Pereira (PMDB) – valterpereira@senador.gov.br

Mato Grosso
Jonas Pinheiro (DEM) – jonaspinheiro@senador.gov.br
Serys Slhessarenko (PT) – serys@senadora.gov.br

Pará
Flexa Ribeiro (PSDB) – flexaribeiro@senador.gov.br
(na verdade, Duciomar Costa. Flexa Ribeiro é apenas suplente, senador-sem-voto)
Paraíba
Efraim Morais (DEM) – efraim.morais@senador.gov.br
José Maranhão (PMDB) – jose.maranhao@senador.gov.br

Pernambuco
Marco Maciel (DEM) – marco.maciel@senador.gov.br
Sérgio Guerra (PSDB) – sergio.guerra@senador.gov.br

Piauí
Heráclito Fortes (DEM) – heraclito.fortes@senador.gov.br
Mão Santa (PMDB) – maosanta@senador.gov.br

Paraná
Flávio Arns (PT) – flavioarns@senador.gov.br
Osmar Dias (PDT) – osmardias@senador.gov.br

Rio de Janeiro
Marcelo Crivella (PRB) – crivella@senador.gov.br
Paulo Duque (PMDB) – paulo.duque@senador.gov.br
(na verdade, Sérgio Cabral Filho. Paulo Duque é apenas suplente, senador-sem-voto)

Rio Grande do Norte
Garibaldi Alves Filho (PMDB) – garibaldi.alves@senador.gov.br
José Agripino (DEM) – jose.agripino@senador.gov.br

Rondônia
Fátima Cleide (PT) – fatima.cleide@senadora.gov.br
Valdir Raupp (PMDB) – valdir.raupp@senador.gov.br

Roraima
Augusto Botelho (PT) – augusto.botelho@senador.gov.br
Romero Jucá (PMDB) – romero.juca@senador.gov.br

Rio Grande do Sul
Paulo Paim (PT) – paulopaim@senador.gov.br
Sérgio Zambiasi (PTB) – sergio.zambiasi@senador.gov.br

Santa Catarina
Ideli Salvatti (PT) – ideli.salvatti@senadora.gov.br
Neuto de Conto (PMDB) – neutodeconto@senador.gov.br (na verdade, Leonel Pavan. Neuto de Conto é apenas suplente, senador-sem-voto)

Sergipe
Almeida Lima (PMDB) – almeida.lima@senador.gov.br
Antônio Carlos Valadares(PSB) – antval@senador.gov.br

São Paulo
Aloizio Mercadante (PT) – mercadante@senador.gov.br
Romeu Tuma (DEM) – romeu.tuma@senador.gov.br

Tocantins
João Ribeiro (PR) – joaoribeiro@senador.gov.br
Leomar Quintanilha (PMDB) – leomar@senador.gov.br
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Biografia e biografado

RIO DE JANEIRO - Sempre ouvi dizer que o senador José Sarney é um homem de sorte, que nasceu virado para a Lua. Chegou à Presidência da República de forma inesperada, mas legal. E muita coisa aconteceu com ele, provando que a sorte sempre esteve a seu lado. É supersticioso, entra nos aviões sempre com o pé direito, faz sinal-da-cruz quando o aparelho sobe e pousa, sai de um lugar pela mesma porta da entrada, enfim, tem dado certo para ele.
Agora mesmo, quando um tsunami invade sua praia, com a mídia consensualmente contra a sua permanência na presidência do Senado, ele tem uma prova do quanto é querido pelos formadores de opinião e pelos profissionais da sua área, que é a política. Nunca um cidadão deste país teve tanta gente preocupada com a sua biografia.
Nos últimos dias, o que mais se lê e ouve é que Sarney tem uma biografia invejável e deve renunciar à presidência do Senado para não prejudicá-la. Essa preocupação com a biografia de um político é deveras comovente (perdoem o "deveras", prometo não mais usá-lo).
Tem-se a impressão de que não estão dando importância ao cargo, mas à pessoa que o exerce. Para honrar sua biografia, Sarney deveria renunciar para que a vida nacional volte à sua normalidade moral, política e administrativa.
Acontece que Sarney tem o direito de administrar a própria biografia, que é dele, e não dos outros. A Comissão de Ética analisará as denúncias contra ele e encaminhará sua decisão ao plenário que o elegeu e que poderá destituí-lo da presidência.
Para um político com a sua biografia, e que chegou ao mais alto posto da carreira republicana, ser mantido ou não no cargo atual é irrelevante. A renúncia seria o reconhecimento de que desmereceu de sua biografia.
CARLOS HEITOR CONY (FSP-06/08/09)
ps:Cony gastou espaço da FSP para escrever isto?! sim meus caros, acreditem.
 
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